Elisa Ohtake

Apathia
A primeira peça de Elisa Ohtake é uma evocação escancarada da imensidão do mundo, um mergulho performático em trânsitos culturais que vão do sertão brasileiro ao Japão. A peça evoca estados de forte imaginação. A apatia, contraponto provocativo, é apresentada ao público apenas nos últimos 5 minutos da peça, inviabilizando qualquer tipo de final complacente. A peça esteve em cartaz no porão do Centro Cultural São Paulo.
Créditos
Concepção, direção, atuação, texto, cenografia, sonoplastia, iluminação: Elisa Ohtake
Atuação, texto, cenografia, sonoplastia, iluminação, cenotecnia: Cesar Rezende
Vídeo: Lia Chaia
Operação de luz e som: Ricardo Gelli
Produção: Elisa Ohtake
olhares críticos
“Ambos realmente impressionam pela sua qualidade como intérpretes. Ela, Elisa Ohtake, surpreende ainda mais porque repete a mesma competência em todas as outras funções que assina (concepção, direção, iluminação e sonoplastia). A reunião de tudo isso torna Apathia um convite irrecusável. Há uma profusão de ideias para espiantar a apatia e estimular a reflexão sobre os trânsitos culturais. O butô não é butô, o sertão não é apenas o sertão brasileiro, a apatia não é apatia. Parecem mais estados de existir que podem ser encontrados tanto nos locais e formatos aos quais estão habitualmente associados quanto fora deles. pois o principal é que está tudo irreversivelmente borrado, invadido, contaminado: limpeza e sujeira, proximidade e contemplação, o pequeno gesto e o grande objeto. Um presentão para a dança e teatro brasileiros.”
Helena Katz – jornal O Estado de S. Paulo